
Era uma vez uma faculdade perfeita, onde tudo era perfeito e onde tudo funcionava na perfeição.
As condições eram supremas, a Sala de Alunos era de sonho, a Repartição Académica trabalhava MESMO para satisfazer as necessidades de quem recorria a ela, a Associação de Estudantes promovia os melhores eventos a nível nacional (quiçá mundial), a Reprografia respondia sem demora a todos os pedidos, os Professores eram melhores do que se pode imaginar, e muitas, muitas coisas mais.
Certo dia, no ano de 2005, um grupo de alunos entrou nesta tão ilustre faculdade e aos poucos foi-se apercebendo que a dita faculdade não era tão perfeita assim.
O número de alunos era insuportável para as condições que lhes foram apresentadas: as salas de anatomia, por exemplo, não têm bancos suficientes para todos; muitas das salas (as de anatomia incluídas) eram claustrofóbicas; os data shows estavam todos avariados.
Os anfiteatros eram, no mínimo, incompatíveis para fazer exames, dado a escassez de espaço para pousar a folha, para não falar dos parafusos que têm a meio, ou do Grande Auditório que era completamente desprovido de qualquer coisa onde assentar uma mísera folhinha.
Descobriram que a Sala de Alunos não era tão de sonho assim, ou, melhor dizendo, não era tão SÓ de alunos como seria de esperar. O espaço de lazer então, resumia-se apenas a duas míseras mesas de matrecos onde os convocados eram ou pernetas, ou decapitados, enfim… figuras fugidas do GRANDE Teatro Anatómico daquela faculdade.
Aos poucos foram-se apercebendo também que só um milagre os levaria para um Repartição Académica que estivesse aberta à primeira vez que lá se dirigissem. Mas se o horário nem sequer era compatível com o da Tesouraria, como poderiam querer que fosse com o deles?
Verificaram também que a Associação de Estudantes não promovia todo e qualquer evento que seria de esperar, muito menos os de integração aos alunos recém-chegados, vulgos caloiros. (O que lhes vale é que existem anos como o nosso.)
A fila da Reprografia parecia o comboio mais lento do mundo, aquele que só tem duas velocidades (devagar e parado). E não havia ninguém que tocasse uma musiquinha para a “viagem” parecer mais rápida (espera, deve ser aqui que entra a Floribela).
Os Professores, esses, havia de tudo: os muito bons, os bons, os maus, os muito maus, e a Carlota.
Esta deixou de ser uma faculdade perfeita. Não porque tivesse passado a existir qualquer coisa para ser criticada, mas sim porque alguém passou a conseguir faze-lo.
Mas ainda há aqueles que pensam que nada há a criticar e a Faculdade de Medicina de Lisboa só não é perfeita porque há alguns que insistem em fazê-lo...